Como poderíamos usar o poder da integridade como pano de fundo para construir um bom ambiente de controles internos de forma a suportar as organizações na tomada de decisão?

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Integridade é mais do que uma escolha racional contra a má conduta. Essencialmente, promover a integridade é encorajar comportamentos de interesse geral em detrimento de comportamentos em benefício próprio, como práticas fraudulentas e antiéticas. Pode ser definida como a soma de todos os princípios que orientam a maneira como vivemos e nos comportamos, além de ser uma forte aliada do controle interno, auxiliando as organizações a decidirem o que é certo.

Normalmente as políticas para fortalecer a integridade são elaboradas com base no pressuposto de que os tomadores de decisão agem com ética. De fato, a maioria das pessoas está comprometida, porém, nem sempre percebe quando seu comportamento desvia dos padrões éticos. Isso ocorre porque racionalizam a sua conduta como comportamento aceitável e justificável pela pretensão de solucionar um problema e isso mentalmente obscurece a percepção de violação de integridade.

Sendo assim, como poderíamos usar o poder da integridade como pano de fundo para construir um bom ambiente de controles internos de forma a suportar as organizações na tomada de decisão?

Uma estrutura robusta e eficaz de controles internos é uma ferramenta necessária para garantir que as organizações estejam em conformidade com as leis e regulamentos, para proteger seus ativos e para detectar ou evitar a incidência de erros ou fraudes. No entanto, também é sabido e comprovado por muitas falhas corporativas, que uma estrutura de controles internos implementada sem uma cultura construída sobre os mais altos padrões de integridade não é suficiente.

O tone at the top é importante. Definir, comunicar, apoiar, controlar, gerir e fazer cumprir a integridade envia uma mensagem clara de que a integridade é valorizada. Considerando que a liderança deve ser um exemplo, isso pode funcionar como uma motivação para que funcionários defendam esses valores. Enquanto isso, um compromisso claro e repetido com a integridade pode servir para enfatizar e elevar os pontos de referência moral dos funcionários e sinalizar que a integridade é uma parte crucial de sua identidade profissional.

Desta forma, fazer escolhas por meio da integridade torna-se uma atividade mais orientada por propósitos. Por exemplo, divulgar claramente porque é preciso realizar procedimentos de due diligence como parte do processo de contratação de terceiros, explicando como as etapas estão alinhadas aos valores da organização e quais são os impactos financeiros e não financeiros na tomada de decisão errada, ajudará os funcionários a terem propriedade e responsabilidade sobre o processo de tomada de decisão, e como consequência tornará mais robusto o processo de due diligence na contratação de terceiros de forma a evitar o envolvimento das organizações com empresas inidôneas que podem causar danos reputacionais.

Tornar a integridade uma realidade e encontrar maneiras de inspirar os funcionários para que eles façam as escolhas que garantam a reputação e não coloquem as organizações em risco nem sempre é fácil. Não se deve presumir que se comportar com integridade é simples ou claro. Pode ser complexo e requer orientação. É preciso aplicar princípios baseados na integridade para implementação dos controles internos, dentro dos limites das regras e leis aplicáveis, para que o processo diário de tomada de decisão vá além do que é certo e errado, mas também esteja alinhado com as políticas e valores da organização.